quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Desastres naturais anualmente levam 26 milhões de pessoas à pobreza e geram prejuízo de U$300 bi

Fenômenos meteorológicos extremos, agravados pelas mudanças climáticas, colocam 26 milhões de pessoas na pobreza a cada ano, aponta relatório do Banco Mundial. América Latina está entre as regiões mais afetadas. A cada ano, os desastres naturais geram um prejuízo econômico superior a 300 bilhões de dólares e colocam 26 milhões de pessoas na pobreza. É o que aponta um relatório do Banco Mundial divulgado na última segunda-feira (14/11) durante a cúpula do clima de Marrakesh (COP 22), no Marrocos.

O documento quantifica os impactos humanos e econômicos dos fenômenos meteorológicos extremos, agravados pelas mudanças climáticas, sobre a pobreza, trazendo evidências de que são muito mais devastadores do que se pensava.

"Os eventos climáticos de grande envergadura põem em perigo décadas de avanços na luta contra a pobreza. As tempestades, as inundações e as secas têm graves consequências humanas e econômicas, com os pobres pagando, muitas vezes, o preço mais elevado. Construir resiliência aos desastres não só faz sentido em termos econômicos, como é um imperativo moral", afirmou o presidente do Bando Mundial, Jim Yong Kim, citado em comunicado da instituição.

O relatório do Banco Mundial contabiliza o peso desigual dos desastres naturais sobre os pobres. A análise leva em consideração dois fatores: as perdas patrimoniais e as perdas no bem-estar, o que permite analisar melhor os danos para os mais pobres, já que "perdas de um dólar não significam o mesmo para uma pessoa rica do que para uma pessoa pobre".


América Latina e Caribe
De acordo com o relatório, a América Latina e o Caribe são uma das regiões do mundo mais prejudicadas pelas inundações e secas severas provocadas pelas mudanças climáticas. Em média, as perdas causadas por esses fenômenos chegam a 84 bilhões de dólares por ano.

Na maioria dos países centro-americanos, a pobreza das populações afetadas por
 furacões aumentou em até 14%. Foto: MINUSTAH/Logan Abassi.
Ainda de acordo com o documento do Banco Mundial, no ano de 2015 as seguradoras desembolsaram 92 bilhões de dólares por custos associados aos eventos meteorológicos extremos no mundo todo.

Entretanto, em entrevista à agência de notícias EFE, a economista Stéphane Hallegatte, que dirigiu o estudo, afirmou que os danos causados por inundações, secas ou furacões chegaram a 300 bilhões de dólares só no ano passado, já que a maioria deles ocorreu em países pobres e em áreas não cobertas pelas seguradoras.

"As pessoas pobres e em situação de exclusão sofreram as maiores perdas já que seus meios de vida dependem de menos ativos, seu consumo está mais perto dos níveis de subsistência, e não podem recorrer a economias para suavizar os impactos dos desastres", explica Hallegatte.

Resiliência
Os impactos no consumo mundial chegam a ser ainda maiores. O estudo indica que os desastres tenham causando perdas de 520 bilhões de dólares.

Segundo Hallegatte, "foram avaliados também os impactos das iniciativas realizadas pelos países para gerar resiliência frente a esses desastres, como os sistemas de alarme antecipado, ou as apólices de seguros e os sistemas de proteção social".

"A conclusão é que a combinação dessas medidas permitiria aos países e às comunidades economizar 100 bilhões de dólares e reduzir em 20% o impacto total dos desastres sobre o bem-estar", conclui.

Fonte: Terra, Com informações de TMS/efe/lusa.

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