terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Seca na Região Nordeste deve se agravar no próximo trimestre

O quadro de seca na Região Nordeste, que já se estende por cinco anos, deve se agravar entre os meses de fevereiro e abril. É o que aponta a Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O documento reforça a preocupação com o quadro hídrico da região, isso porque a tendência é que os reservatórios não devem ter recuperação significativa durante a estação chuvosa – a previsão é que as precipitações ocorram abaixo da média histórica. Os pesquisadores alertam para "acentuado risco" de esgotamento da água armazenada em represas e açudes entre novembro deste ano e janeiro de 2018 nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

"O que mais preocupa é o Nordeste. É o quinto ano de seca e a tendência é que seja de menos chuvas ainda. Eles já estão no plano B. E a tendência é piorar, com impactos sociais e econômicos significativos, se esse quadro se confirmar", afirma o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo.

Foto: Divulgação/MCTIC
Outra área que desperta atenção pela questão da estiagem é o extremo norte da Região Norte, especialmente nas áreas leste e nordeste de Roraima. A preocupação se deve pelo aumento do potencial de queimadas a partir de fevereiro.

"As temperaturas mais altas e a seca elevam o risco de focos de incêndio, que podem se alastrar por grandes áreas de floresta. Se a cobertura vegetal diminui, o solo fica mais exposto e gera um aumento maior na temperatura. É um círculo vicioso", diz o pesquisador do Cemaden.


Centro-Oeste
Nas últimas semanas, o Distrito Federal passou a viver um regime de racionamento de água, devido ao baixo nível do principal reservatório da unidade federativa. José Marengo explica que a formação de nuvens de chuva se concentram na Região Sul e há a possibilidade de que elas não tenham fôlego para chegar à região central do país.

"Há dificuldade de previsão dessa área. Mas, como as chuvas estão se concentrando no Sul, pode ser que elas não cheguem ao Brasil central. Então, pode ser que haja deficiência de precipitação nessa área. Precisamos avaliar os modelos de previsão continuamente para traçar um quadro", finalizou José Marengo.

A Previsão Climática Sazonal é elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), que tem a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Alertas da Defesa Civil serão enviados por SMS a partir de fevereiro

Terá início em fevereiro o envio de mensagens por SMS da Defesa Civil com alertas e orientações sobre riscos de desastres naturais em municípios brasileiros. O projeto piloto atenderá inicialmente 20 municípios de Santa Catarina selecionados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). Após a fase de testes, que terá duração de quatro meses, o serviço vai beneficiar todas as cidades do país. Os alertas são gratuitos e serão disponibilizados para todos os usuários cadastrados pelas operadoras de telecomunicação. O recebimento das mensagens é opcional.

Foto: Divulgação/MI.
A iniciativa é fruto da parceria entre o Ministério da Integração Nacional, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e os governos estaduais. Os alertas serão divulgados pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), departamento da Sedec, e pelos órgãos de defesas civis nos estados.

O cadastramento dos usuários em Santa Catarina terá início no dia 1º de fevereiro e as notificações de desastres serão enviadas a partir do dia sete do mesmo mês. Para ter acesso, é preciso cadastrar o Código de Endereçamento Postal (CEP) que deseja ser monitorado no banco de dados das prestadoras do serviço móvel pessoal, pelo número 40199. É possível realizar o cadastro de mais de um CEP.

Ao fim do registro, o usuário receberá uma mensagem que vai informar que o celular está apto a receber alertas e recomendações de Defesa Civil. Também será possível cancelar o serviço por mensagem de celular. Não há custo para receber, nem enviar as mensagens.

Os órgãos da Defesa Civil estadual e municipal estão orientados a fornecer informações mais detalhadas e a tirar dúvidas da população.

SMS Santa Catarina
A lista de cidades catarinenses que farão parte do projeto-piloto são: Araranguá, Pedras Grandes, São João Batista, Ilhota, Balneário Rincão, Mirim Doce, Barra Velha, Caçador, Herval d'Oeste, Itapiranga, Ponte Serrada, Maravilha, São Carlos, Arvoredo, Ponte Alta do Norte, Rio dos Cedros, Araquari, Urubici, Rio do Sul e Três Barras.

A partir do dia 1º de fevereiro, os moradores destas cidades receberão a seguinte mensagem "Defesa Civil Nacional informa: novo serviço de envio de SMS gratuito com alertas de área de riscos. Para se cadastrar responda para 40199 com CEP de interesse".


Passo a passo

1.Cadastro: para realizar o cadastro envie os CEPs de interesse para 40199.

2.Consulta: para consultar os CEPs cadastrados envie a palavra CONSULTAR para o número 40199.

3.Cancelamento: para cancelar o serviço envie CANCELAR e o CEP, sem espaços ou hífens, para 40199.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Racionamento pode voltar nos municípios da Grande Vitória

A ausência de chuvas nos últimos 20 dias vem causando a redução das vazões dos principais rios capixabas que novamente atingiram níveis críticos, principalmente nas regiões Norte e Noroeste, pondo em risco o abastecimento humano. A vazão do Rio Jucu, que abastece os municípios de Vila Velha e Viana, além da região que compreende a Ilha de Vitória e parte do município de Cariacica, tem caído de forma muito rápida nos últimos dias. Diante desse cenário, sem chuvas previstas, o rodízio no abastecimento de água para estes municípios pode retornar. O Comitê Hídrico do Governo, formado por várias secretarias e órgãos, monitora a situação e as tomadas de decisão.


Foto: Luiza Falqueto/Secom-ES
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) vai publicar resolução reestabelecendo o Cenário de Alerta em todo o Estado, definindo regras específicas de uso de água e recomendando uma série de ações por parte da população, dos produtores rurais, dos serviços de abastecimento, das prefeituras, dos órgãos de licenciamento ambiental e das indústrias.

A captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano está proibida em todo o Estado durante o dia, das 5 às 18 horas. A captação para irrigação ou produção industrial, por exemplo, somente poderá ser realizada no período noturno.

A Resolução 049/2017 também prevê uma série de recomendações aos diversos setores da sociedade. As indústrias devem adaptar seus métodos de produção de forma a promover a sustentabilidade de seus sistemas produtivos, inclusive, adotando medidas de reúso de água residual.

As prefeituras devem adaptar seus Códigos Municipais de Postura/Conduta, com o objetivo de proibir e penalizar o desperdício de água com lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras; irrigação de gramados e jardins com água fornecida pelos órgãos e entidades responsáveis pelo abastecimento público; umectação de vias públicas e outras emissões de poeiras, exceto quando a fonte for o reuso de águas residuais.

“É preciso ter cautela e continuar com a adoção de práticas de uso racional da água no campo e na cidade. Todos os esforços empreendidos na mudança de comportamento da população durante a estiagem e que resultaram em uma importante economia de água devem ser resgatados”, salientou o diretor-presidente em exercício da Agerh, Antônio de Oliveira Junior.

Rodízio
A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) já tem os planos de operação preparados caso o rodízio no abastecimento seja necessário. Nesse caso, a população será informada com pelo menos 48 horas de antecedência.

Os planos foram preparados de maneira que o rodízio seja isonômico de forma a democratizar o uso da água entre os setores residencial, comércio, serviços e industrial.

No Rio Santa Maria da Vitória, a água represada na barragem de Rio Bonito, que está em 65%, serve para regular a vazão do rio e dá condições para captar o suficiente para o abastecimento. Portanto, no momento não há previsão de rodízio para os municípios - Serra, parte continental de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande, em Fundão - atendidos por este rio.

Nos municípios do interior, até o momento, os sistemas de abastecimento de água, nas cidades atendidas pela Cesan, permanecem operando normalmente, sob monitoramento contínuo, sem impactos para os clientes por causa de crise hídrica.

“A Cesan possui técnicos especializados e mantém monitoramento contínuo para o melhor aproveitamento do recurso hídrico disponível”, afirma Amadeu Wetler, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Desastres naturais geraram US$ 175 bilhões de danos em 2016

Em 2016, terremotos, furacões e outras catástrofes naturais causaram danos de US$ 175 bilhões em nível mundial, a maior cifra dos últimos quatro anos, e um pouco inferior apenas a 2012, cujo valor dos danos foi de US$ 180 bilhões.

A informação é da companhia de seguros alemã Munich Re, segundo a qual apenas 30% das perdas foram reasseguradas, cerca de US$ 50 bilhões. A empresa registrou 750 catástrofes naturais relevantes, entre terremotos, furacões, inundações, secas e ondas de frio e de calor extremo, um número maior que a média dos últimos 10 anos, que é de 590.

No entanto, uma notícia boa é que, no ano passado, a quantidade de mortos devido a esses desastres foi bem menor que as dos últimos anos. Em 2016, morreram 8,7 mil pessoas pelas catástrofes contra a média da última década, que é de 60 mil vítimas fatais por ano.

Com esse dado, o número de mortes em 2016 foi o melhor dos últimos 30 anos com exceção de 1986, quando as catástrofes naturais mataram 8,6 mil pessoas, e de 2014, que teve "apenas" 8.050 mortes.

Em termos econômicos, o evento que gerou o maior impacto negativo foram os dois terremotos na ilha de Kyushu, no Japão, no abril passado, que causaram US$ 31 bilhões de danos, dos quais apenas US$ 6 bilhões foram reassegurados.

Terremoto ocorrido no Japão, em abril de 2016
Foto: Kyodo / via Reuters
Em segundo lugar se encontra as enchentes e inundações que atingiram a China entre os meses de junho e julho que custaram US$ 20 bilhões, dos quais US$ 300 milhões foram "devolvidos". Já ocupando a terceira posição está o furacão Matthew, que atingiu o Caribe e parte dos Estados Unidos em outubro e causou US$ 10,2 bilhões de danos, dos quais US$ 3,8 bilhões foram reassegurados.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Desastres naturais custam ao Brasil R$ 800 milhões ao mês

Novo estudo publicado pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, da Universidade Federal de Santa Catarina, revela que o Brasil perdeu R$ 182,8 bilhões com desastres naturais entre 1995 e 2014.

Desse total, R$ 137,3 bilhões se referem a impactos nos serviços públicos e privados, na agricultura, na pecuária e na indústria. Os R$ 45,4 bilhões restantes correspondem a danos na infraestrutura, nas habitações e nas instalações de saúde, ensino e comunitárias, entre outras.


Secas e inundações
O Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no Brasil é o primeiro do tipo em escala nacional. No período considerado pela pesquisa, foram reportadas perdas anuais superiores a R$ 9 bilhões. Isso significa que secas, inundações, vendavais e outros desastres custaram ao país cerca de R$ 800 milhões mensais.

Para Frederico Pedroso, especialista do Banco Mundial, esses dados derrubam uma percepção muito comum entre os brasileiros: a de que o país não sofre com desastres.

"Via de regra, o Brasil não é um país exposto a perigos naturais extremos. Mas temos outros problemas, tais como um planejamento e um controle urbano muito ineficientes, isso leva à ocupação humana em locais não propícios e consequentemente a desastres. E como o nosso estudo aponta, a somatória dos impactos tanto econômicos quanto humanos desses desastres acaba sendo extremamente relevante para as diferentes esferas de governo."


Vendavais
Foram considerados na pesquisa os registros que apontavam algum tipo de dano ou prejuízo reportado pelos municípios. Rafael Schadeck, consultor do Banco Mundial e pesquisador da UFSC, explica quais são os mais comuns.

"Os desastres mais comumente reportados pelos municípios são aqueles do grupo climatológico, que são aqueles de evolução mais gradual, mais lenta, como seca e estiagem. Eles representam 48% dos registros e ocorrem com maior frequência nas regiões Nordeste e Sul do país. Em segundo lugar, vem o grupo hidrológico, que são os desastres relacionados ao excesso de chuvas. E eles ocorrem com maior frequência na Região Sudeste do país, representando 39% dos registros da pesquisa."

Também são levados em conta os eventos relacionados a vendavais e granizo, entre outros. Os resultados são apresentados em mapas temáticos e em gráficos, fornecendo dados e estatísticas relevantes aos gestores públicos, população, academia e setor privado.

O objetivo é estimular a adoção de práticas efetivas na gestão de riscos de desastres e, dessa forma, aumentar a proteção social e o desenvolvimento econômico das populações mais vulneráveis.

Fonte: Reportagem do Banco Mundial para a ONU News.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

11 municípios em AL, BA, MG, PI, RS e SE tem situação de emergência reconhecida

Na última terça-feira (3), o Ministério da Integração Nacional reconheceu a situação de emergência em 11 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Sul. A medida irá garantir o acesso de Prefeituras às ações de apoio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) para socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas danificadas. As portarias foram publicadas na edição do último dia 3 do Diário Oficial da União (DOU) e os reconhecimentos têm vigência de 180 dias.

A seca levou à situação de emergência seis municípios em quatro estados: Jaíba e Rubim (MG), Coivaras (PI), Feira Nova e Poço Redondo (SE) e Mar Vermelho (AL). Já no Rio Grande do Sul, as cidades de Ibirapuitã e Tio Hugo foram contempladas em função de vendavais que atingiram a região.

Os demais municípios reconhecidos na Portaria foram: Itapicuru (estiagem), na Bahia; Coração de Jesus (estiagem) e Itaobim (enxurradas), em Minas Gerais.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Eventos: 5ª Plataforma Regional para a Redução do Risco de Desastres nas Américas



De 7 a 9 de Março, a cidade de Montreal, Canadá, sediará a Quinta Plataforma Regional para a Redução do Risco de Desastres (RRD) nas Américas. O evento é organizado pelo Governo do Canadá em cooperação com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR), a Plataforma Regional será a primeira oportunidade para os governos e as partes interessadas das Américas discutir e acordar um Plano de Ação Regional para apoiar a implementação do Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030.

Para acessar o site do evento, clique aqui.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Curso - Logística aplicada em Operações Humanitárias e Desastres Naturais


Nos dias 30 e 31 de janeiro, na FATEC São José dos Campos, será oferecido gratuitamente o Curso de Extensão Universitária "Logística aplicada em Operações Humanitárias e Desastres Naturais".

O curso é destinado aos profissionais que atuam na prevenção e socorro a desastres naturais e tem como requisitos ensino médio completo, conhecimentos em internet e no software Excel.

As vagas são limitadas, e as inscrições se encerram no dia 21/01. Para acessar o site, clique aqui.