segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Eventos: Exposição "Do Rio que era doce às águas do semiárido: Contradições do modelo mineral

A cidade de Salvador-BA receberá entre os dias 17 e 20 de outubro uma mostra e ciclo de debates sobre conflitos de mineração.


A exposição discute o modelo mineral brasileiro a partir do desastre/crime de Mariana e dos danos causados pela mineração na Bahia. Usando a arte para estimular o debate em torno do modelo mineral brasileiro, a exposição será aberta durante o Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFBA - 2017, em Salvador, de 17 a 20 de outubro.

Local: Biblioteca Universitária Reitor Macedo Costa
Rua barão de Jeremoabo, s/n – Ondina – Salvador
Data: de 17 a 20 de outubro
Horário: das 09:00h às 20:00h
Evento gratuito.

Fonte e outras informações: Geografar UFBA.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Software desenvolvido por pesquisadores do Cemaden amplia a precisão nos estudos sobre os riscos de deslizamentos

Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores na área de geodinâmica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – o software “Calamar” utiliza-se de algoritmos estocásticos (programação computacional para análise de dados) de inversão de dados geofísicos para definir diferentes parâmetros físicos das camadas geológicas. Também, permite a dedução da condutividade hidráulica, uma das propriedades físicas mais importantes na determinação do movimento da água em subsuperfície. Como característica adicional, o software permite o cálculo físico-matemático para Sondagens Elétricas Verticais e Sondagens de Polarização Induzida.
Com essa ferramenta, os dados sistematizados do software possibilitam maior precisão na estimativa do fator de segurança das encostas estudadas, aplicados no monitoramento para, posteriormente, aprimorar a emissão dos alertas de risco de deslizamentos de encostas ou de massa.
” O software permite a identificação de camadas geológicas por meio de métodos geofísicos (Eletrorresitividade e Polarização Induzida). Esta é a primeira etapa para prever a colocação de sensores de umidade em profundidade no solo.”, afirma o pesquisador Cassiano Bortolozo, da equipe Geodinâmica do Cemaden.
O pesquisador explica que,  com a identificação dessas camadas,  é possível realizar  estudos geotécnicos – com referência à resistência geomecânica e ao comportamento hidráulico – que permitirão realizar a modelagem de estabilidade das encostas. “Estes dados também auxiliarão na definição de locais para a instalação de sensores de umidade em áreas de risco, os quais serão integrados à rede de monitoramento de parâmetros ambientais deflagradores de deslizamentos.”, complementa Bortolozzo.
“ O ‘Calamar’  possui potencial para aplicação em outros processos naturais onde a informação sobre a constituição geológica e condutividade hidráulica são parâmetros efetivos de análise.” , informa o pesquisador do Cemaden, Marcio Andrade.
Desenvolvimento de projetos
Os pesquisadores do Cemaden que desenvolveram o software “Calamar” são das áreas de geofísica, geologia e engenharia civil (geotecnia), todos do grupo de pesquisa em geodinâmica.
A ferramenta foi desenvolvida em três meses de trabalho. Este tempo que pode ser considerado relativamente curto, deve-se pela participação na equipe de um especialista em geofísica com conhecimentos avançados. Além disso, hoje, com o ingresso de pesquisadores bolsistas, o grupo de geodinâmica está composto por uma equipe multidisciplinar incluindo pesquisadores da Universidade Estadual Paulista Júliode Mesquita Filho (UNESP), de São José dos Campos (Curso de Engenharia Ambiental). Essa abordagem permitiu maior diversificação de metodologias de estudo para o desenvolvimento de ferramentas e aplicações voltadas para a problemática dos movimentos de massa no Brasil.
Foram necessários cerca de dois meses para o registro de software pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A equipe de pesquisadores do Cemaden, com registro como titular e criador do “Calamar” são : Cassiano Antonio Bortolozo,  Laura Vanessa Lavalle,  Márcio Magalhães de Andrade, Mariana Benessiuti Motta,  Rodolfo Moreda Mendes e  Sílvio Jorge Simões (UNESP).
Essa mesma equipe está finalizando o registro de mais um software de visualização integrada de dados de chuva e umidade dos solos- Plataforma de Coleta de Dados Geotécnicos (PCDs GEO).
Fonte: Cemaden.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Defesa Civil-ES reúne municípios da Região Sul para discutir Erosão Costeira

Na última sexta-feira (29), o Governo do Estado por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, órgão integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, reuniu no auditório do Quartel do Comando Geral do CBMES, representantes das Coordenadorias Regionais e Municipais de Proteção e Defesa Civil da Região Sul do Estado, a fim de discutir assuntos ligados à erosão costeira que vem atingindo esta Região do Estado.



O evento reuniu Coordenadores Municipais e Regionais de Proteção e Defesa Civil e diversos outros servidores municipais e contou ainda com a presença do Subsecretário de Estado de Planejamento e Projeto Jader Mutzig.

No encontro, foram apresentados os critérios que deverão ser cumpridos pelos municípios para pleitearem a transferência de recurso fundo a fundo (repasse do Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil para os Fundos Municipais de Proteção e Defesa Civil).


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Manual e protocolo sobre monitoramento e gestão de risco de desastres de sedimentos serão apresentados pelo Cemaden e Cenad

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos (Cenad), do Ministério da Integração Nacional – farão a apresentação, respectivamente, do Manual de Monitoramento e Alerta e da estrutura do Manual do Plano de Contingência, na próxima Reunião Técnica do Eixo Monitoramento e Alerta do Projeto Gides, a ser realizada nos dias , no Centro de Formação do Educador Profª. Leny Bevilacqua, no Parque da Cidade, em São José dos Campos (SP).


As novas metodologias implementadas nos manuais de Monitoramento- Alerta e do Plano de Contingência foram resultados de pesquisas em campo, reuniões técnicas, intercâmbios científicos entre Brasil e Japão, desenvolvidos desde 2013, pelo Projeto de Fortalecimento das Estratégias Nacionais para a Gestão Integrada em Riscos de Desastres Naturais (Projeto Gides).

O Projeto Gides visa dar suporte à formulação de políticas e ao desenvolvimento de metodologias para o aperfeiçoamento do gerenciamento dos riscos de desastres de movimentos de massa, dentro do Acordo de Cooperação Técnica-Científica firmado entre o governo brasileiro, envolvendo quatro ministérios, e o governo japonês.

Também, serão apresentadas e discutidas as experiências dos representantes e das Defesas Civis dos municípios-piloto de Nova Friburgo e Petrópolis (RJ) e Blumenau (SC) , cidades onde foram implementadas e testadas as pesquisas e metodologias do Projeto Gides.

As atividades integradas entre os pesquisadores e especialistas japoneses e brasileiros finalizam em novembro de 2017, ano em que se conclui a implantação dos novos protocolos Operacionais e de Emissão e Transmissão de Alertas, em forma experimental e de adequação, nas três cidades piloto. A partir de 2018, esses manuais e protocolos serão implantados, gradativamente, nas Defesas Civis em todo o território brasileiro.

Além do Manual Técnico para Elaboração, Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimentos de Massa, o Cemaden apresentará, também, o sistema de apoio ao monitoramento de encostas. Na programação da reunião técnica, estão previstas discussões para as ações e planos futuros do Pós-Gides, entre o Cemaden, Cenad e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), para o aprimoramento da gestão integral de riscos de desastres, visando tornar as cidades brasileiras mais resilientes.

Cooperação técnico-científica entre Brasil-Japão
O Termo de Cooperação Brasil-Japão foi firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (por meio do Cemaden/MCTI), das Cidades, da Integração Nacional (por meio do Cenad) e das Minas e Energia do Brasil (por meio do Serviço Geológico do Brasil- CPRM). A cooperação entre os dois países visa fortalecer a capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.

Sobre a Reunião Técnica do Projeto Gides
Organizada pelo Cemaden e pelo Cenad, a realização da Reunião Técnica do Projeto Gides conta com o apoio da Secretaria de Educação e Cidadania e da Defesa Civil Municipal da Prefeitura de São José dos Campos. Participarão instituições públicas e acadêmicas, pesquisadores e profissionais atuantes na gestão de risco de desastres, Defesas Civis, nos níveis federal, estadual e municipal.

Informações sobre o evento e confirmação da participação estão disponibilizados no portal do Cemaden, pelo endereço eletrônico: http://www.cemaden.gov.br/como-participar-reuniao-tecnica-do-eixo-monitoramento-e-alertas-do-projeto-gides/

Fonte: Cemaden.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Campanha #AprenderParaPrevenir tem suas inscrições prorrogadas até o dia 13 de outubro

Com o tema “Educação em prevenção de risco de desastres socioambientais”, a Campanha #AprenderParaPrevenir é destinada às comunidades escolares, Escolas de Ensino Básico e às Defesas Civis que atuam em escolas, para todo o território nacional. Os participantes podem inscrever os trabalhos desenvolvidos no tema em duas categorias: projetos e ações educativas realizadas em 2016-2017, ou novas propostas.

Coordenada pelo Projeto Cemaden Educação, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – a Campanha #AprenderParaPrevenir prorrogou o prazo da inscrição de projetos e propostas de ações voltadas ao conhecimento sobre redução dos riscos de desastres socioambientais para até o dia 13 de outubro, data na agenda mundial do Dia Internacional da Redução de Riscos de Desastres Naturais.

Nesta 2ª edição da campanha, além das comunidades escolares, a novidade é a abertura para a participação das Defesas Civis atuantes em Educação.

A premiação da campanha não é competitiva. Os inscritos concorrem ao sorteio de 10 pluviômetros semiautomáticos, apoiando e orientando atividades sobre o monitoramento das chuvas e da percepção de riscos de desastres socioambientais.

Campanha e Inscrições
A Campanha #AprenderParaPrevenir incentiva a comunidade escolar a desenvolver atividades para a percepção de riscos de desastres socioambientais, como pesquisas, monitoramento do clima, compartilhar conhecimentos, entender e até emitir alertas de risco de desastres. Essas atividades podem ter uma gestão participativa nas intervenções com suas comunidades, em parceria com as Defesas Civis locais.

O anúncio dos resultados do sorteio será no dia 26 de outubro, durante a realização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em São José dos Campos (SP), evento em que o Projeto Cemaden Educação estará com estande de exposição e atividades voltadas às comunidades escolares e ao público em geral.

Mais informações sobre a campanha e formulário para as inscrições estão no endereço eletrônico:


Fonte: Cemaden.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Eventos: Seminário sobre Desastres Naturais “Reduzindo riscos e construindo cidades resilientes”

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo em parceria com a Associação dos Bolsistas da Agência de Cooperação Internacional do Japão - ABJICA realizará no dia 10 de outubro o Seminário sobre Desastres Naturais “Reduzindo riscos e construindo cidades resilientes”, com objetivo de disseminar a cultura de redução de riscos de desastres, sob os preceitos norteadores do Marco de Sendai, com apresentação de ferramentas que auxiliam neste processo.

Durante o seminário contaremos com apresentações de especialistas do CEMADEN, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil/SP, NEC, INPE e IPT que abordarão os temas: “Projeto Gides: resultados alcançados e novos desafios”; a Campanha, “Construindo Cidades Resilientes”; Apresentação do Sistema de Simulação e Previsão de Deslizamento de Encostas; Avanços Tecnológicos na plataforma de monitoramento ambiental TerraMA² Q e as Tecnologias para cidades resilientes.


Inscrições abertas por meio do link: www.abjica.org.br/desastres e mais informações pelo e-mail defesacivil@sp.gov.br.

O evento acontecerá no Palácio dos Bandeirantes situado na Av. Morumbi, nº 4.500, São Paulo/SP.

Fonte: Defesa Civil-SP.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Eventos: Palestra "Políticas Públicas Brasileiras e a Redução de Riscos de Desastres associados a inundações"

No próximo dia 19 de setembro, a Defesa Civil Municipal do Rio de Janeiro promoverá edição do projeto Tarde Resiliente, com a palestra "Políticas Públicas Brasileiras e a Redução de Riscos de Desastres associados a inundações", com a participação da Doutora Viviane Japiassú Viana.

A palestra começa às 14 horas no Auditório da Defesa Civil. Rua Visconde de Santa Isabel, 32 - Vila Isabel.


Fonte: Divulgação/Defesa Civil-RJ

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Programação do II CBRRD é divulgada

De 11 a 14 de Outubro de 2017 a cidade do Rio de Janeiro-RJ sediará o II Congresso Brasileiro de Redução de Riscos de Desastres. 


O evento tem como objetivo geral promover o trabalho em rede e o intercâmbio de informações e troca de experiências entre as Instituições públicas e privadas, universitárias ou institutos de pesquisa, empresas privadas e instâncias governamentais das áreas afins, entre outros, por meio de palestras, oficinas, feiras, apresentação de trabalhos científicos tendo como referência o marco de Sendai. 

A programação do evento pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: CBRRD.
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Pesquisa alerta para medidas antecipadas aos impactos provocados pela elevação das marés nas cidades costeiras

Pesquisadores brasileiros, norte-americanos e ingleses vem desenvolvendo, desde 2013, estudos sobre adaptação às mudanças climáticas em áreas costeiras. Com iniciativa internacional, o Projeto Metropole diagnosticou os impactos da elevação da maré nas cidades de Santos (estado de São Paulo), Broward, nos Estados Unidos e Selsey, na Inglaterra.
Os dados da pesquisa fazem projeções dos impactos associados à elevação da temperatura oceânica e chuvas extremas, além do aumento do nível do mar e aumento na frequência e na intensidade das tempestades. Esses fatores podem gerar deslizamentos de terra, enchentes urbanas e contaminação das águas subterrâneas. Na situação atual, as áreas suscetíveis à inundação já apresentam problemas de drenagem.
Na cidade de Santos, no litoral paulista, os estudos projetam que as mudanças climáticas provocarão a subida do nível do mar em pelo menos 18 centímetros até 2050, podendo chegar até 45 centímetros em 2100. Essa elevação do nível do mar poderá chegar a dois metros, durante a ocorrência de marés altas, tempestades e as ressacas, conforme explicou o pesquisador- coordenador do Projeto Metropole, José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
 “As adaptações serão necessárias, não há como escapar. E não estamos falando sobre mudanças do clima em um futuro distante – é preciso entrar em ação agora.”, afirmou o pesquisador Marengo, durante a apresentação dos resultados finais dos estudos, no último dia 17, em Santos,  enfatizando que as projeções indicam que se nenhuma obra for feita, apenas com os danos aos imóveis, o município terá um prejuízo de, no mínimo, R$ 1,5 bilhão até o fim do século.
Medidas para evitar ou minimizar os impactos
Entre as medidas estratégicas indicadas às cidades costeiras para a gestão da adaptação estão o monitoramento da mudança do clima e as avaliações dos desastres socioambientais, para adequar a situação das mudanças ocasionadas ao longo do tempo.
“A implementação de medidas de adaptação trará benefícios ao ambiente construído, aos ecossistemas e aos sistemas humanos dessas cidades litorâneas.”, afirma José Marengo. O pesquisador explica que entre as análises para a gestão dessas cidades estão o aumento da urbanização e a influência nas alterações climáticas, a qualidade do ar, a disponibilidade da água, o uso da terra e a gestão de resíduos.
O trabalho científico aponta dois caminhos para a preparação e diminuição dos impactos das mudanças climáticas nas áreas costeiras :  as medidas proativas e planejadas para preservar e proteger os recursos – antecipando-se aos impactos (adaptação planejada)-  e as medidas reativas/emergenciais, implementadas após o impacto das mudanças climáticas.
A pesquisa aponta que os eventos climáticos extremos podem ser especialmente perturbadores para sistemas urbanos complexos, porque grande parte da população urbana do mundo vive em áreas costeiras baixas.
O pesquisador Marengo enfatiza que as conferências científicas sobre o projeto, as discussões com a população e os tomadores de decisões sempre foram realizadas no contexto de informes de estudos científicos, não com o objetivo  de tornar-se uma pesquisa alarmista e com teor catastrófico.  “As projeções mostram o que pode acontecer se nada for feito. O projeto de pesquisa não deve ser  interpretado como anúncio do ‘ fim do mundo’. A Ciência deve fornecer evidências fortes para tomadas de decisões  e não gerar pânico.”, finaliza o pesquisador.
Atualmente, metade da população mundial  vive em cidades. Grande parte da indústria mundial também se concentra nas áreas urbanas. Em 2050, mais de 70% da população – 6,4 bilhões de pessoas – é projetada para viver em áreas urbanas.
 Projeto Metropole
O Projeto Metropole (sigla em Inglês) é a identificação para denominar a pesquisa intitulada “Uma estrutura integrada para analisar tomada de decisão local e capacidade adaptativa para mudança ambiental de grande escala: estudos de caso de comunidades no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos”.De iniciativa internacional, a pesquisa diagnosticou os impactos da elevação da maré em Santos (SP), Broward, nos Estados Unidos, e Selsey, na Inglaterra.
No Brasil, o projeto  vem sendo desenvolvido desde o ano de 2013, por uma equipe científica nacional e internacional, composta por pesquisadores das instituições brasileiras : do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden); do  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); da Universidade de São Paulo (USP); da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Geológico de São Paulo (IG) e a Prefeitura de Santos. Das instituições internacionais, são integrantes do projeto os pesquisadores da University of South Florida, dos Estados Unidos e da Kings College of London, da Inglaterra.
O projeto de pesquisa é uma coprodução entre a comunidade científica, os tomadores de decisões e a população. Santos foi escolhida para o projeto, segundo Marengo, porque tem os dados mais completos sobre variações de marés e o georreferenciamento mais preciso entre as cidades litorâneas. Os métodos utilizados podem ser replicados em qualquer cidade da costa brasileira.
A pesquisa aplicada desenvolvida nos últimos 4 anos faz uma avaliação conjunta sobre possíveis impactos da elevação do nível do mar, extremos de chuva e tempestades na frequência e intensidade das inundações costeiras, que afetam a Ponta da Praia, no município de Santos. Segundo os dados científicos, estes impactos podem aumentar no futuro.
Fonte: Cemaden.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Defesa Civil Nacional promove simulados de prevenção na região serrana do RJ

O Ministério da Integração Nacional realizou na última semana simulados integrados de prevenção de desastres na região serrana do Rio de Janeiro. As atividades aconteceram durante o III Exercício Conjunto de Apoio à Defesa Civil (Ecadec 2017), em Petrópolis. A iniciativa reuniu representantes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) e dos Ministérios da Defesa e da Saúde.

A ação contou com três atividades simuladas, realizadas com apoio de moradores dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, onde foram desenvolvidos exercícios presenciais. Além do acionamento do sistema de sirenes, que alertam as comunidades sobre o risco de possíveis desastres naturais, as famílias também receberam orientação a respeito do apoio prestado pelas autoridades locais. "Durante a atividade, que simula uma situação de emergência, a população foi conduzida até um local seguro e informada sobre os procedimentos e serviços prestados pelos diversos órgãos de apoio emergencial, em casos de riscos eminentes", explicou o ministro Helder Barbalho.

Foto: Divulgação/Ministério da Integração Nacional.
Para ele, os exercícios práticos são extremamente importantes, pois reduzem significativamente o tempo de saída das áreas de risco, evitam a perda de vidas e preparam as pessoas para enfrentar os contratempos que possam existir em situações como estas. "A escolha da região serrana no Rio de Janeiro ocorreu exatamente por ser uma localidade com maior potencial para este tipo de ocorrência. Em 2011, quando a cidade foi afetada por fortes chuvas, os impactos foram enormes e muitas vidas ceifadas. Nosso objetivo é reduzir ao máximo os riscos de novos desastres e informar a população sobre o apoio concedido por todas as esferas de apoio emergencial", afirmou.

Ocorrências virtuais
Além das atividades presenciais, durante o Ecadec 2017 os participantes também puderam simular ocorrências virtuais, com situações emergenciais envolvendo desmoronamentos de terra, incêndios, chuvas intensas, entre outros incidentes. Desastres com danos estruturais, econômicos e ambientais. "Essa oportunidade foi usada para verificar na prática a eficiência das iniciativas que estão sendo propostas para a construção dos planos de contingências municipais, que serão utilizados em casos de novos desastres nessas regiões. Para isso, contamos com a expertise da equipe técnica da Sedec, de especialistas da área e de diversos órgãos de apoio nacional, estadual e municipal", ressaltou o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Renato Newton Ramlow.

O Ecadec contou com o apoio das Forças Armadas, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Aeronáutica, que disponibilizaram seus simuladores digitais, pacificador e apolo - software usados nas atividades logísticas e de planejamento das forças militares. Além dos representantes locais, as Defesas Civis do Acre, Minas Gerais, Paraná, Roraima, São Paulo e Alagoas também compartilharam suas experiências. Cerca de 200 profissionais participaram dos treinamentos.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Eventos: V Workshop de Logística Humanitária

O evento acontecerá no dia 08 de agosto na Cidade Universitária, em São Paulo.


Clique na imagem para ampliar.
Foto: Divulgação/CEPED-USP
PALESTRANTES:
  • Defesa Civil do Estado de São Paulo: Planejamento e logística de resposta a desastres
  • Superintendência de controle de endemias Sucen/SP: Logística no combate à febre amarela
  • Ministério das Relações Exteriores: Questão dos venezuelanos em Roraima
  • Caritas Arquidiocesana de São Paulo: Apoio a refugiados e imigrantes em São Paulo
PÚBLICO ALVO:
  • Comunidade, professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação e interessados no tema Logística Humanitária

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através deste link.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Eventos: Fórum Brasil de Gestão Ambiental

Entre os dias 10 e 12 de julho, em Campinas, acontecerá o Fórum Brasil de Gestão Ambiental (FBGA).

A construção conjunta do FBGA, juntamente dos principais atores nacionais, tem o objetivo de estimular e articular as diversas iniciativas que visam ao fortalecimento da gestão ambiental e à promoção da sustentabilidade. O Fórum será uma oportunidade singular de conjugar e convergir forças das três esferas de governo, das empresas privadas e da sociedade civil, além de ser uma ocasião favorável a trocas de experiências e visões entre os diferentes agentes envolvidos.

Divulgação/Site FBGA



O FBGA congregará mais de 20 eventos associados simultâneos promovidos por entidades parceiras e contará com a participação estimada de mais de 10.000 pessoas ao longo dos 3 dias de evento, oriundas das mais diversas regiões do país.

Informações e inscrições podem ser feitas através do site do evento. Para acessar clique aqui.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Submissão de trabalhos para o II CBRRD é prorrogada

II Congresso Brasileiro de Redução de Risco de Desastres, acontecerá entre os dias 11 e 14 de Outubro, na cidade do Rio de Janeiro.



As submissões serão realizadas em 5 modalidades: resumos, resumos expandidos, cursos livres, exposições fotográficas e artigos completos. O novo prazo se encerra em 24 de julho de 2017 às 23h55min.


Para acessar o site do evento, clique aqui.
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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Cuidados podem evitar propagação de doenças em casos de desastres naturais

Além do apoio com medicamentos e insumos do governo federal para cuidar da saúde da população vítima das enchentes, é importante manter outros cuidados pessoais e no ambiente para impedir o ciclo de alguns problemas.
A ocorrência de um desastre natural prejudica o funcionamento de uma comunidade ou sociedade. Recentemente, com as chuvas fortes em Pernambuco e Alagoas,  65 municípios foram atingidos deixando mais de 75 mil pessoas desabrigadas e/ou desalojadas, com perdas irreparáveis.  
Os desastres de origem natural podem gerar problemas de saúde pública ou interrupção de serviços públicos. Entre eles, estão: contaminação da água, do solo e do ar, desalojamento da população de seus locais de residência e comprometimento ou interrupção dos serviços públicos essenciais, principalmente abastecimento de água. 

Esses transtornos podem ocasionar óbitos, ferimentos, traumas, confusão mental, maior risco de diversas doenças infecciosas, como leptospirose, hepatite A, diarreias, dengue, tétano acidental, febre tifoide, cólera, doenças respiratórias e acidentes com animais peçonhentos.

Com o objetivo de fortalecer a assistência prestada à população dos 65 municípios afetados pelas enchentes em Pernambuco e Alagoas, o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, enviou 51 kits de emergência aos dois estados. Os 51 kits correspondem a cerca de 13 toneladas de medicamentos e insumos.  Cada kit atende até 500 pessoas por três meses.

Diante de um desastre natural, a Portaria nº 2.365, de 18 de outubro de 2012, define que os estados e municípios podem solicitar suplementação de medicamentos e insumos ao Ministério da Saúde, caso não tenham condições de atender a população local.

O kit é composto por 30 itens de medicamentos (analgésicos, antibióticos, antihipertensivos, antinflamatórios, antiparasitários, antiulcerosos, broncodilatadores, dermatológicos, diuréticos, eletrólitos e soluções, hipoglicemiante oral, reposição volêmica, antibacteriano), e 18 itens de insumos estratégicos (ataduras, cateteres, compressas, equipos, esparadrapos, luvas, máscaras e seringas). Os medicamentos e insumos enviados vão beneficiar a população que  vive nos municípios atingidos.
No caso de desastres naturais, além do uso de medicamentos e insumos, fornecidos pelo por público, alguns cuidados também podem ser tomados pela população para prevenir riscos à  saúde. Confira algumas orientações do Ministério da Saúde:

Contaminação da Água
Nas situações de desastres, o sistema de abastecimento de água de um município pode ser atingido e inviabilizar o abastecimento de água por meio da rede de distribuição.
Assim, é necessário a indicação de uma outra forma de abastecimento de água para consumo humano segura para abastecer a população, até que a situação se restabeleça.
Além disso, algumas doenças podem se propagar facilmente em decorrência da contaminação da água e dos alimentos e, ainda, da proliferação de vetores. A água contaminada com patógenos pode causar doenças, tais como: cólera, diarreia, febre tifoide, hepatite tipo A, giardíase, amebíase, verminoses, leptospirose, entre outras.
Assim, a  limpeza e da caixa d’água da residência ou do abrigo podem evitar a contaminação da água e, consequentemente, a propagação de doenças para população. Veja como proceder:
Limpeza e Desinfeção de Caixa D’água Pós enchente

Este procedimento deverá ser realizado caso o sistema de abastecimento de água ou a caixa-d’água tenham sido afetados. Utilize luvas e botas de borracha.

•Feche a entrada de água para a caixa-d’água. Comece a esvaziar a caixa-d’água.  Quando a caixa estiver quase vazia, restando mais ou menos um palmo de água no fundo, feche a saída com um pano e utilize a água que restou para a limpeza da caixa- -d’água e para que a sujeira não desça pelo cano.
•Esfregue as paredes e o fundo da caixa utilizando panos, escova ou esponja. Não usar sabão, detergente e nem esponja de aço. 
•Retire a água suja que restou da limpeza com balde e panos, deixando a caixa-d’água totalmente limpa.
•Deixe entrar água na caixa até encher e acrescente 1 litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água. 
•Abra as torneiras da residência e deixe escoar um pouco de água para que a canalização seja preenchida com a solução clorada.
•Aguarde por duas horas para que ocorra a desinfecção da caixa d ́água e canalização.Esvazie totalmente a caixa, abrindo todas as torneiras. Essa água poderá ser utilizada para a limpeza do domicílio.
•Tampe a caixa-d’água para que não entrem animais, insetos 
ou sujeira.
• Abra a entrada de água.
• Anote a data da limpeza e desinfecção do lado de fora da caixa-d’água.
A limpeza e a desinfecção deverão ser realizadas minimamente a cada seis meses ou quando necessário.

Acidentes por Animais Peçonhentos
Assim como o homem em situações de alagamentos, os animais passam a procurar abrigo em locais secos. Alguns animais peçonhentos (como serpentes, aranhas e escorpiões) podem adentrar residências, aumentando, assim, os riscos de acidentes. Ao retornarem às suas moradias, tenham atenção à presença desses animais. Este aviso vale principalmente para a população que mora nas proximidades de áreas verdes e com matagais, cuja atenção deve ser redobrada. Alguns cuidados são essenciais no retorno para casa.
•Evite contato com a água, mas caso seja necessário, esteja atento, pois as serpentes podem estar se deslocando em busca de terra seca. Nas regiões de rios aumentam os riscos de acidentes com animais peçonhentos.
•Ao voltar para casa, entre com cuidado, inspecionando todos os lugares, verificando a presença de animais peçonhentos.
•Sacuda roupas, sapatos, toalhas, lençóis e bata os colchões antes do uso.
•NÃO coloque as mãos em buracos ou frestas. Utilize ferramentas (como enxadas, cabos de vassoura e pedaços de madeira compridos) para mexer em móveis. 
•NÃO ande descalço! Limpe o interior e os arredores da casa tomando sempre o cuidado de utilizar botas ou calçados rígidos, com perneira, tendo a certeza de proteção pelo menos até o joelho.
•Durante a limpeza, tome cuidado ao tocar ou pegar qualquer objeto. Fique atento(a) para a presença de serpentes, escorpiões, aranhas e outros animais peçonhentos nas superfícies ou nos cantos.
•Caso detecte a presença de algum animal peçonhento dentro de sua residência, afaste-se lentamente (sem assustá-lo) e entre em contato com a autoridade competente. 
• Não toque em animais peçonhentos, nem nos que pareçam estar mortos.

Doenças Infecciosas Respiratórias
Entre as doenças transmissíveis relacionadas a desastres estão as que são transmitidas de pessoa a pessoa, como gripe, sarampo, meningite e tuberculose. Para evitar o problema alguns cuidados pessoais e com o ambiente também podem ajudar:
Dentro de Casa
Observar para que os quartos ou dormitórios tenham as seguintes condições ambientais:
• Caso tenha algum sistema de refrigeração de ar, deixá-lo com a máxima entrada de ar fresco, bem como manter o sistema com limpeza adequada e realizar a manutenção periódica das redes de filtros. 
• Estabelecer um plano de limpeza e desinfecção diária de todas as superfícies de mobílias, corrimãos, puxadores de porta e outros equipamentos. Após a limpeza e desinfecção, secar completamente todas as superfícies.
Cuidados pessoais
Lavar as mãos, com água e sabão, principalmente depois de:
•  Tossir ou espirrar. 
•  Após usar o banheiro. 
•  Antes das refeições. 
•  Antes de tocar os olhos, boca e nariz
Sempre que tossir ou espirrar, proteja a boca e o nariz com um lenço de papel. Caso não tenha lenço de papel, use a dobra interna do cotovelo. Caso apresente febre, tosse e/ou dor de garganta, procure imediatamente o posto de saúde ou a unidade de saúde.

Existem vários cuidados importantes para cada situação especifica envolvendo desastres naturais. Acesse para mais informações: Orientações para Situações de Desastres 
Foto: Divulgação

Fonte: Blog do Ministério da Saúde.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Resolução suspende captações no rio São Francisco todas as quartas-feiras

A partir da última semana, todas as quartas-feiras as captações de água na bacia do Rio São Francisco estão proibidas, exceto para abastecimento humano ou animal. A medida está na Resolução ANA 1043 de 19/6/2017 publicada ontem (20) no Diário Oficial da União.

O objetivo da nova regra, denominada Dia do Rio, é reforçar as ações que vêm sendo adotadas para preservar os estoques nos reservatórios da bacia do rio São Francisco, onde há sete anos chove abaixo da média. A medida é mais um esforço para evitar recorrer ao volume morto de Sobradinho até novembro, quando está previsto o fim do período seco.

Para preservar os estoques, desde abril de 2013 a ANA vem autorizando a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) a reduzir a vazão mínima média defluente dos reservatórios de Sobradinho, o maior da Bacia com volume útil de 28 bilhões m³ e capacidade para armazenar 34 bilhões de m³, e Xingó.

Sem essas medidas, Sobradinho teria esgotado seu volume útil em novembro de 2014. A nova regra afeta mais de dois mil usuários, principalmente irrigantes e indústrias, na calha do rio São Francisco, em 14 afluentes de gestão federal, nos lagos dos seis reservatórios da Bacia e no complexo Paulo Afonso, na Bahia (mapa ao final do texto).

Usuários que descumprirem a resolução da ANA estarão sujeitos à aplicação da Lei que inclui advertência, multas e até o lacre da bomba de captação.

A Agência Nacional de Águas decidiu suspender as captações realizadas em corpos d’água superficiais perenes de domínio da União na bacia hidrográfica do rio São Francisco em articulação com os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco.

A medida inclui retiradas para todos os usos, inclusive perímetros de irrigação, mas exclui as captações para abastecimento humano e dessedentação animal, em conformidade com a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), que considera esses usos prioritários em casos de escassez.

A suspensão também vale para as aplicações de água para irrigação, mesmo que oriundas de volumes reservados previamente ao Dia do Rio. A regra vale para aquelas captações que ainda não estejam submetidas a regras mais restritivas de uso. A medida vale até 30 de novembro de 2017, quando está previsto o fim do período seco, mas poderá ser prorrogada caso haja atraso no início do período de chuvas na Bacia.

Desde o início de junho, a vazão média diária de defluência, autorizada pela ANA, nos reservatórios de Sobradinho e Xingó é da ordem de 600 m³/s, o menor patamar já praticado. O último ano de precipitação acima da média na Bacia foi registado em 2011. Desde então, tem chovido abaixo da média. Com isso, os estoques de água armazenados estão diminuindo. Em 12/06/2017, o volume útil do Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco era 8.823hm³, o que equivale a 18,58% do seu volume útil total. Na mesma data do ano passado o armazenamento era de 29,13% do volume útil.

A licença ambiental do Ibama para a operação do reservatório de Xingó fixa a vazão defluente média mensal em 1.300 m³/s. A operação com defluências inferiores a 1.300 m³/s que vem sendo praticada desde 2013 já permitiu poupar mais de 38 bilhões de m³, o que equivale 134% do volume útil de Sobradinho. As reduções de vazão foram implementadas de maneira gradual com autorizações especiais expedidas pelo Ibama e a realização de testes efetuados pela Chesf, que informou não ter identificado problemas críticos com a prática de vazões reduzidas.

Frente à tendência de agravamento no segundo semestre da mais severa seca que se tem registro na bacia do rio São Francisco, de cenários que apontam para o esgotamento do volume útil do reservatório de Sobradinho e das incertezas quanto ao próximo período chuvoso, é necessário adotar medidas adicionais ainda mais restritivas na gestão da oferta e da demanda de água para fazer frente à crise instalada.

A decisão de adotar o Dia do Rio foi tomada pela ANA depois de várias rodadas de discussão no âmbito da reunião de acompanhamento das condições de operação dos reservatórios do rio São Francisco, que acontece toda segunda-feira, por videoconferência, no período da manhã, com a participação de técnicos e dirigentes da ANA e representantes dos estados e das partes interessadas.

Com o agravamento da crise, desde o início do maio, o vídeo da reunião de monitoramento da Bacia do São Francisco tem sido disponibilizado na íntegra no canal da ANA no YouTube e no site da ANA, de forma a aumentar a transparência no processo de decisão e estimular o envolvimento da sociedade com a gestão dos recursos hídricos. Clique aqui para acompanhar as últimas reuniões.

A bacia do rio São Francisco possui mais de 2.800 km em seis estados (BA, MG, PE, AL, SE, GO) e DF. A área da bacia hidrográfica é de 641 mil Km2, correspondente a 8% do território do País. Entre os usuários da Bacia, mais de 85% correspondem a irrigantes, sendo 10% abastecimento público e menos de 5% outros usos, como mineração e indústria. Clique aqui para saber mais.

Fonte: ANA.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

UFES apresenta em Brasília resultados de pesquisa sobre o desastre de Mariana

Professores da Ufes, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) se reuniram na última quarta-feira, 21, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, onde apresentaram resultados consolidados sobre o desastre de Mariana e seu impacto no ambiente costeiro/marinho.

O professor do Departamento de Oceanografia da Ufes, Alex Bastos, representou a equipe da Universidade que trabalhou na análise deste material, envolvendo mais de oito professores e dezenas de alunos e bolsistas. O professor aponta que o desastre apresentou diferentes níveis de impactos, sendo um impacto de caráter agudo, que afetou a região desde o primeiro dia de chegada da lama até cerca de dois meses depois e, posteriormente, impactos crônicos que estão perdurando e ainda colocando em risco o ecossistema.

Entre os principais resultados apresentados pela equipe da Ufes está a ocorrência de fluxo de alta densidade no ambiente marinho quando da chegada da lama, alcançando concentrações de até 9g/l e levando a uma alta taxa de acumulação imposta pela chegada da lama na foz do Rio Doce. Esse processo afetou diretamente a comunidade bentônica (diminuindo o número de indivíduos e a diversidade, aumentando a dominância de alguns grupos).

Durante a chegada da lama observou-se ainda a elevação dos teores de metais (principalmente ferro, alumínio, manganês e cromo) e nutrientes na água, o que levou a uma imediata resposta na cadeia alimentar, alterando a comunidade de organismos que compõe a base da mesma (fito e zooplâncton). O impacto agudo gerou um aumento na abundância de organismos e perda de diversidade, seguido de um impacto crônico com uma consequente perda na riqueza de espécies. Durante expedições nos primeiros meses, foi também observado o indício de que houve deposição de lama de rejeito na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz, ambas unidades de conservação federais.

Resultados
Após mais de um ano de trabalho e contabilizando nove expedições, os professores apontam que houve um significativo aumento no teor de metais nos sedimentos marinhos, um impacto crônico nas comunidades planctônicas (que nunca voltaram aos níveis anteriores ao acidente) e potencial risco de elevação na concentração de metais na água em função dos períodos de cheia do Rio Doce, bem como provenientes da ressuspensão dos sedimentos de fundo na região costeira adjacente. A análise na distribuição mineralógica e de metais no sedimento aponta para um transporte gradativo do sedimento em direção Norte em relação a foz do rio Doce, como já era de conhecimento anterior em pesquisas realizadas na Ufes.

A conclusão do estudo mostra que o ecossistema ainda sofre de um processo crônico produzido a partir do impacto gerado pelo rompimento da barragem de rejeitos e a chegada destes no ambiente marinho e costeiro. As altas quantidades de metais típicos do rejeito, como ferro e alumínio, e outros relacionados também ao deslocamento da lama ao longo da bacia hidrográfica do Rio Doce (cromo, níquel, zinco, chumbo e manganês) alteraram a qualidade da água, afetando todo o ambiente. Isso significa que ainda existe grande risco ambiental e social, uma vez que a estrutura do ecossistema foi afetada e os metais no sedimento podem, ao longo do tempo, serem biodisponibilizados entrando na cadeia alimentar novamente. 

Mais de 20 instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil criaram uma Rede de Pesquisa – Rede Rio Doce Mar, visando a elaboração de projetos de pesquisa e extensão para o monitoramento da biodiversidade. Esta iniciativa apresenta uma proposta de análise integrada entre a bacia Hidrográfica do Rio Doce e os ambientes costeiro e marinho, com o objetivo de desenvolver estudos sobre o impacto no ecossistema e os desdobramentos para a sociedade.

O relatório final estará disponível em até 15 dias e ficara disponível no site das instituições.

Com informações do professor Alex Bastos.
Fonte: UFES.