quinta-feira, 22 de setembro de 2016

No Rio de Janeiro, apenas 4 das 16 sirenes instaladas para alertas de chuva funcionam

A crise financeira do Rio de Janeiro desmobilizou ações de prevenção a enchentes e deslizamentos. 16 cidades possuem sirenes de alerta, instalados pela Defesa Civil, mas apenas em quatro o sistema opera. Por falta de verba, as as Unidades de Proteção Civil (UPCs) implantadas em comunidades na Serra também acabaram.

Em junho deste ano, o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN-RJ) dispensou profissionais e foi praticamente desativado. Além disso, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) não renovou o contrato com a empresa que mantinha o Sistema de Alerta de Cheias, agora operado por uma equipe reduzida do próprio órgão, que trabalha apenas durante o dia e não manda mais mensagens por SMS.

Um investimento de R$ 29 milhões, as sirenes de alerta foram desligadas em abril em 12 dos 16 municípios onde foram colocadas. Um contrato com uma empresa prossegue nas cidades serranas de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Bom Jardim. Nas demais, a manutenção e a operação eram feitas por outra companhia, cujo contrato foi encerrado. O estado reconhece ter deixado uma dívida R$ 4,6 milhões.

Angra dos Reis, onde 40 mil pessoas moram em áreas de risco, foi uma das cidades que deixaram de ter sirenes. O secretário da Defesa Civil municipal, chegou a procurar o Ministério Público para se resguardar caso uma tragédia atinja a cidade. O MP protocolou, então, uma ação obrigando o estado a retomar o serviço.


Foto: Marco Esteves/ASCOM-Teresópolis
Segundo a Defesa Civil estadual, o processo de licitação para restabelecer os serviços nas 12 cidades se encontra em tramitação por órgãos técnicos. Alguns municípios do Estado, como Niterói, passaram a manter responsabilidade sobre o sistema de alarme.

A região Serrana do Rio de Janeiro, desde a enxurrada de 2011, passou a contar com um conjunto de ações, envolvendo monitoramento e prevenção de eventos relacionados a desastres naturais. Além do CEMADEN-RJ, as UPCs, que contavam com técnicos que recebiam treinamento para evacuar áreas de risco foram dispensados por conta da questão orçamentária.

O Sistema de Alerta de Cheias, mantido pelo INEA, antes contava com 19 técnicos terceirizados que enviavam e-mails e mensagens de texto para prefeituras 24 horas por dia. Atualmente, os alertas são emitidos apenas no período diurno por 8 servidores do próprio órgão.

Fonte: O Globo

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