quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Racionamento pode voltar nos municípios da Grande Vitória

A ausência de chuvas nos últimos 20 dias vem causando a redução das vazões dos principais rios capixabas que novamente atingiram níveis críticos, principalmente nas regiões Norte e Noroeste, pondo em risco o abastecimento humano. A vazão do Rio Jucu, que abastece os municípios de Vila Velha e Viana, além da região que compreende a Ilha de Vitória e parte do município de Cariacica, tem caído de forma muito rápida nos últimos dias. Diante desse cenário, sem chuvas previstas, o rodízio no abastecimento de água para estes municípios pode retornar. O Comitê Hídrico do Governo, formado por várias secretarias e órgãos, monitora a situação e as tomadas de decisão.


Foto: Luiza Falqueto/Secom-ES
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) vai publicar resolução reestabelecendo o Cenário de Alerta em todo o Estado, definindo regras específicas de uso de água e recomendando uma série de ações por parte da população, dos produtores rurais, dos serviços de abastecimento, das prefeituras, dos órgãos de licenciamento ambiental e das indústrias.

A captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano está proibida em todo o Estado durante o dia, das 5 às 18 horas. A captação para irrigação ou produção industrial, por exemplo, somente poderá ser realizada no período noturno.

A Resolução 049/2017 também prevê uma série de recomendações aos diversos setores da sociedade. As indústrias devem adaptar seus métodos de produção de forma a promover a sustentabilidade de seus sistemas produtivos, inclusive, adotando medidas de reúso de água residual.

As prefeituras devem adaptar seus Códigos Municipais de Postura/Conduta, com o objetivo de proibir e penalizar o desperdício de água com lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras; irrigação de gramados e jardins com água fornecida pelos órgãos e entidades responsáveis pelo abastecimento público; umectação de vias públicas e outras emissões de poeiras, exceto quando a fonte for o reuso de águas residuais.

“É preciso ter cautela e continuar com a adoção de práticas de uso racional da água no campo e na cidade. Todos os esforços empreendidos na mudança de comportamento da população durante a estiagem e que resultaram em uma importante economia de água devem ser resgatados”, salientou o diretor-presidente em exercício da Agerh, Antônio de Oliveira Junior.

Rodízio
A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) já tem os planos de operação preparados caso o rodízio no abastecimento seja necessário. Nesse caso, a população será informada com pelo menos 48 horas de antecedência.

Os planos foram preparados de maneira que o rodízio seja isonômico de forma a democratizar o uso da água entre os setores residencial, comércio, serviços e industrial.

No Rio Santa Maria da Vitória, a água represada na barragem de Rio Bonito, que está em 65%, serve para regular a vazão do rio e dá condições para captar o suficiente para o abastecimento. Portanto, no momento não há previsão de rodízio para os municípios - Serra, parte continental de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande, em Fundão - atendidos por este rio.

Nos municípios do interior, até o momento, os sistemas de abastecimento de água, nas cidades atendidas pela Cesan, permanecem operando normalmente, sob monitoramento contínuo, sem impactos para os clientes por causa de crise hídrica.

“A Cesan possui técnicos especializados e mantém monitoramento contínuo para o melhor aproveitamento do recurso hídrico disponível”, afirma Amadeu Wetler, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan.

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